Em 13 de agosto de 1950, Padre Agenor Neves Marques registrava no Livro Tombo da paróquia Nossa Sra. da Conceição, a inauguração dos serviços de alto-falantes.
O objetivo deste sistema de som, segundo o registro, era animar as festas religiosas da igreja e o primeiro disco a ser utilizado trazia a música Ave Maria.
A idéia foi muito apreciada por uns mas não agradou outros, os quais, reclamando do barulho, apelidaram o sistema de som de “gratarola do Padre”.
Dois anos após, em 15 de dezembro de 1952, resultado de muita luta para conseguir a concessão da ZYT-22 e todos os equipamentos necessários para transmissão, Padre Agenor registrava também no Livro Tombo o pedido feito aos fabriqueiros das capelas para que adquirissem rádios para acompanhar as missas, homilias dos Evangelhos e o catecismo para as crianças.
Com o slogan de Voz de Veludo, a ZYT-22 transformou-se em Rádio Marconi e, posteriormente, na década de 1970, em Fundação Marconi, operando na frequência de 780 AM.
Em toda sua história, a emissora urussanguense sempre viveu com dificuldades econômicas em virtude da necessidade de constantes melhorias e mudanças provocadas tanto pela evolução tecnológica, quanto por exigências dos órgãos que regem o setor, como a recente migração para FM e mudança de prefixo para 99.9.
Mas, sob o comando de Padre Agenor e o apoio sempre forte da comunidade, a Voz de Veludo virou a Voz dos Vinhedos que se firmou no Sul catarinense e ainda hoje ecoa por vales e montanhas.
Tendo presidido a emissora desde sua criação até sua aposentadoria, Padre Agenor passou o legado a seu sucessor Padre Daniel Sprícigo, que transmitiu a responsabilidade ao Padre Jiovane Manique Barreto e atualmente o comando da emissora está sob a responsabilidade do Padre Daniel Pagani.
Cada qual, a seu tempo, lutou contra as adversidades, estimulou a população a considerar este órgão de comunicação como a sua própria voz e conseguiu cumprir seu papel de manter vivo o sonho nascido de um Padre visionário que saiu de Urussanga de madrugada, num tempo em que as estradas não contavam com a tranquilidade da pavimentação asfáltica, e viajou com seu amigo Rosalino Damiani para pedir apoio aos políticos Nereu e Celso Ramos para obter a concessão.
E, então, em 19 de outubro de 1951, uma portaria Ministerial permitia o funcionamento oficial da Rádio que tinha como sócios, Padre Agenor Neves Marques, Rosalino Damiani, Moacyr Búrigo, José Trento e Américo Cadorin.